Em 2024, o Brasil se firmou como protagonista no cenário global de inteligência artificial. Impulsionado por investimentos públicos e privados, o país avança em sua jornada para consolidar a IA como um fator central de inovação e inclusão social.
Este movimento histórico reflete o compromisso de transformar desafios em oportunidades, com foco na melhoria de serviços públicos, na requalificação profissional e na democratização do acesso às tecnologias mais avançadas.
O crescimento da tecnologia no Brasil não é recente, mas o ano de 2024 marca um salto qualitativo e quantitativo nos aportes direcionados à inteligência artificial. Segundo dados da Teletime, o volume de investimentos em tecnologia da informação e comunicação (TIC) alcançou US$ 90 bilhões, um aumento de 14% em relação ao ano anterior.
Essa elevação de recursos reflete tanto a expansão de projetos de pesquisa quanto o fortalecimento de parcerias público-privadas. Empresas de diversos setores, de agronegócio a finanças, intensificaram o uso de IA para otimizar processos, reduzir custos e criar soluções inovadoras.
Além disso, fundos de investimento especializados em tecnologia voltaram seus olhares para startups brasileiras, atraídas pelo talento local e pelas oportunidades de mercado.
Apresentado durante a 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, o PBIA 2024-2028 coloca o país na vanguarda das nações que investem em IA de forma estruturada. O plano prevê um aporte de R$ 23 bilhões ao longo de quatro anos, distribuídos entre inovação empresarial, infraestrutura tecnológica e capacitação de servidores.
Entre as metas, destaca-se a capacitação de 115 mil servidores públicos até 2026, fortalecendo a gestão e o atendimento ao cidadão por meio de soluções baseadas em IA. Além disso, R$ 1,76 bilhão serão destinados exclusivamente à melhoria de serviços públicos, consolidando um compromisso com a eficiência e a transparência.
O PBIA apoia ainda a consolidação de núcleos de pesquisa, como o Instituto de Inteligência Artificial do LNCC, e a criação de um supercomputador nacional de alta performance.
Essa distribuição estratégica de recursos cria um ambiente fértil para o desenvolvimento de pesquisas aplicadas e para a criação de produtos e serviços de alto impacto.
Em um cenário de rápidas mudanças tecnológicas, a qualificação profissional é peça-chave para garantir a competitividade e a inclusão no mercado de trabalho. O PBIA destina esforços significativos à requalificação de cerca de 200 mil profissionais, com cursos especializados, workshops e programas de mentoria.
Essa iniciativa não só prepara trabalhadores para atuarem em projetos de IA, mas também promove a cultura de aprendizado contínuo e a capacidade de adaptação a novas demandas.
Além dos servidores públicos, empresas de grande porte firmaram convênios com universidades e institutos de pesquisa, ampliando o alcance dos programas de formação e estimulando a inovação colaborativa.
A pesquisa Ipsos de 2025 evidencia que 54% dos brasileiros utilizaram ferramentas de IA generativa em 2024, percentual acima da média global de 48%. Esse dado revela não apenas a difusão tecnológica, mas também a aceitação e o engajamento dos usuários às novas soluções.
Os setores considerados mais promissores incluem ciência (80%), medicina (77%), agricultura (74%) e segurança cibernética (67%), mostrando a diversidade de aplicações e o potencial transformador em áreas essenciais para o desenvolvimento nacional.
A confiança na IA também se reflete no ambiente corporativo, onde 78% dos trabalhadores afirmam usar a tecnologia em suas atividades diárias e 88% a consideram indispensável para a inovação nos negócios.
Apesar do entusiasmo, o Brasil ainda enfrenta desafios estruturais. O acesso desigual à internet de alta velocidade em regiões remotas e a instabilidade no fornecimento de energia elétrica podem comprometer o desempenho de data centers e supercomputadores.
Garantir infraestrutura robusta em todo o país é um objetivo prioritário, exigindo políticas públicas fortes e parcerias com o setor privado para instalar redes de fibra óptica e programas de incentivo à expansão de parques tecnológicos.
Além disso, a elaboração de marcos regulatórios claros, que equilibrem inovação e segurança, é vital para fomentar a adoção responsável da IA, protegendo dados pessoais e evitando vieses em algoritmos.
O Brasil se junta a países líderes na corrida pela IA, com planos similares nos Estados Unidos, União Europeia e Ásia. No entanto, o PBIA se diferencia ao enfatizar a inclusão social e a eficiência do setor público, criando uma abordagem integrada entre inovação e responsabilidade social.
Em fóruns como o G20, o país defende diretrizes internacionais que promovam transparência, ética e cooperação intergovernamental, consolidando sua posição como ator relevante no debate global sobre o futuro da inteligência artificial.
O horizonte de 2028 reserva um Brasil mais conectado, inteligente e competitivo. A expectativa é de que a combinação de altos investimentos, capacitação de pessoas e modernização de processos públicos gere ganhos substanciais em produtividade e qualidade de vida.
Projetos de IA em saúde prometem processos diagnósticos mais precisos e agilidade no atendimento, enquanto na educação surgem plataformas adaptativas capazes de personalizar o aprendizado conforme as necessidades dos alunos.
O agronegócio, um dos pilares econômicos do país, deve se beneficiar de sistemas de previsão de safras e monitoramento em tempo real, aumentando eficiência e sustentabilidade.
Em suma, com determinação e cooperação, o Brasil está prestes a escrever um novo capítulo, onde a inteligência artificial seja aliada na construção de um futuro mais justo, inovador e próspero para toda a sociedade.
Referências