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A era dos investimentos passivos ainda não terminou

A era dos investimentos passivos ainda não terminou

15/08/2025 - 11:51
Maryella Faratro
A era dos investimentos passivos ainda não terminou

Em meio a cenários de incerteza econômica e oscilações nos mercados de ações, os investimentos passivos continuam a provar seu valor estratégico. Apesar do apelo de ativos de maior risco, segurança e previsibilidade nos rendimentos mantêm a renda fixa e os fundos imobiliários em destaque para 2025.

O conceito de investimento passivo e seu ciclo

Investimento passivo significa adquirir ativos que geram retornos sem exigir decisões de compra e venda constantes. Essa abordagem prioriza a construção de portfólios diversificados, com foco em longo prazo e na redução de custos operacionais.

O modelo ganhou força após a popularização de ETFs e fundos indexados, mas sua essência se mantém desde a década de 1970: minimizar riscos de timing e explorar a valorização do mercado ao longo dos ciclos.

Cenário macroeconômico e por que a renda fixa voltou ao topo

O fim de 2024 registrou a taxa Selic em 12,25% e projeções para 2025 apontam entre 13% e 15%. Esse cenário de juros elevados foi reforçado pela inflação persistente e pelo resultado fiscal tímido do governo.

Em resposta, os investidores migraram parte de seus recursos para títulos públicos e crédito privado, aproveitando segurança e previsibilidade nos rendimentos. A valorização da renda fixa se reflete nas captações de fundos que batem recordes de entrada de recursos.

A persistência dos fundos imobiliários e renda regular

Entre as alternativas de renda passiva, os fundos imobiliários (FIIs) ganham destaque pela isenção de Imposto de Renda sobre dividendos. A expectativa de cortes moderados na Selic impulsiona a valorização das cotas, mantendo-os como fonte de renda passiva regular.

Especialistas apontam que, em 2025, a diversificação entre diferentes segmentos de FIIs (tijolo, papel e híbridos) será essencial para equilibrar ganhos de aluguel e potencial de valorização.

Efeitos do movimento FIRE e exemplos práticos

O movimento FIRE (Financial Independence, Retire Early) reforça a importância dos rendimentos passivos como base da liberdade financeira. Usuários compartilham trajetórias que comprovam: alcançar independência exige foco em ativos que gerem fluxo de caixa constante.

  • Reserva de emergências em títulos de baixa volatilidade;
  • Alocação progressiva em FIIs para dividendos mensais;
  • Criação de carteira de ações pagadoras de dividendos.

Essas estratégias atuais revelam que, mesmo para investidores experientes, a renda passiva permanece liberdade financeira via rendimentos constantes.

Diversificação e investimentos sustentáveis

Para consolidar a resiliência de um portfólio passivo, recomenda-se a diversificação entre várias classes de ativos. Além de renda fixa e FIIs, entraram em cena:

  • Certificados de recebíveis imobiliários e do agronegócio;
  • Fundos ESG com foco em impacto de longo prazo;
  • Combinações de renda fixa e criptoativos para otimizar risco-retorno.

Essa abordagem moderada não substitui o passivo tradicional, mas amplia horizontes e captura oportunidades emergentes.

O papel das plataformas digitais, robôs e consultores

O acesso facilitado por fintechs e apps de investimento democratizou o passivo. Ferramentas de alocação automática e relatórios personalizados, aliados a ferramentas digitais e consultoria especializadas, ajudam investidores iniciantes a montar carteiras alinhadas ao perfil de risco.

Além disso, robôs de investimento e carteiras recomendadas por grandes corretoras reduzem a barreira de entrada, consolidando a massificação do conceito.

Números recentes: juros, desempenho e preferência

Dados de 2024 reforçam o movimento de migração para o passivo. Confira os principais indicadores:

Além desses números, há mais de 1.700 carteiras de fundos com histórico superior a três anos, destacando a variedade de produtos passivos no mercado.

Conclusão: o que vem pela frente

A realidade de 2025 mostra que a era dos investimentos passivos não se encerrou. A conjunção de segurança em cenários voláteis, inovação em produtos financeiros e o apelo social por liberdade financeira solidificam seu protagonismo.

O desafio para investidores será equilibrar exposição a oportunidades de alta volatilidade com mecanismos de proteção e renda previsível, sem abrir mão da diversificação e da sustentabilidade.

Em última análise, quem compreender que o verdadeiro poder vem da consistência nos aportes e do reinvestimento dos rendimentos encontrará no passivo a base para construir patrimônio robusto e resiliente no longo prazo.

Maryella Faratro

Sobre o Autor: Maryella Faratro

Maryella Faratro