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Riscos operacionais em investimentos digitais: o que considerar

Riscos operacionais em investimentos digitais: o que considerar

01/08/2025 - 14:32
Maryella Faratro
Riscos operacionais em investimentos digitais: o que considerar

O universo dos investimentos digitais cresce em ritmo acelerado, oferecendo oportunidades inovadoras e agilidade. No entanto, esse ambiente traz consigo desafios complexos e multifacetados que podem gerar perdas relevantes para pessoas e instituições.

Entender esses riscos e adotar práticas sólidas de mitigação é fundamental para proteger capital, reputação e confiança de investidores.

Compreendendo o risco operacional

O risco operacional pode ser definido como a possibilidade de perdas financeiras provenientes de falhas em processos, sistemas, erros humanos, fraudes ou eventos externos inesperados.

Em investimentos digitais, a combinação de tecnologia avançada e alta automação agrava a exposição, pois qualquer brecha ou interrupção pode comprometer toda a cadeia de valor.

É essencial enxergar o risco operacional não apenas como um aspecto tecnológico, mas também como um desafio de governança, cultura organizacional e conformidade.

Principais tipos de risco operacional

Investidores e gestores devem estar atentos a diversas categorias de risco:

  • Fraudes internas e externas: envolvem manipulação de registros, desvio de recursos, golpes de engenharia social e invasões de sistemas.
  • Falhas de segurança cibernética: explosão de ameaças como ransomwares, phishing e ataques DDoS que podem interromper operações ou vazar dados sensíveis.
  • Erros humanos: decisões precipitadas, falhas em cálculos e negligência em processos automatizados continuam sendo fontes significativas de incidentes.
  • Deficiências em processos internos: controles insuficientes, baixa automação e roteiros operacionais mal definidos elevam a probabilidade de perdas.
  • Eventos externos imprevisíveis: crises econômicas, mudanças regulatórias abruptas e desastres naturais podem impactar a continuidade das operações.

Impactos e consequências

As repercussões de um incidente operacional vão muito além do prejuízo financeiro imediato.

Multas regulatórias, processos judiciais e obrigações indenizatórias podem agravar o impacto, além de causar desgaste elevado na reputação de empresas e gestores.

Investidores tendem a migrar para ambientes percebidos como mais seguros, reduzindo liquidez e ocasionando quedas no valor de mercado de ativos afetados.

A confiança é um dos pilares dos mercados, e sua quebra pode gerar efeitos de longa duração.

Regulação e requisitos legais

No Brasil, a Lei 14.478/22, conhecida como Lei das Criptomoedas, reforçou o arcabouço regulatório de ativos digitais.

Entre as exigências estão:

  • Requisitos de segurança e transparência: empresas devem implementar padrões de criptografia avançada e processos de auditoria interna.
  • Sede nacional obrigatória: para facilitar litígios e garantir proteção aos investidores brasileiros.
  • Supervisão pelo Banco Central do Brasil, que impõe diretrizes de gestão de riscos e condutas éticas.

Além disso, práticas internacionais de conformidade, como GDPR e diretrizes do Financial Stability Board, trazem parâmetros adicionais para quem atua globalmente.

Tabela de riscos, exemplos e mitigação

Práticas de mitigação e prevenção

Implementar uma política robusta de gerenciamento de riscos exige ação coordenada em várias frentes:

  • Autenticação multifator rigorosa: reduz drasticamente a chance de acesso não autorizado.
  • Monitore operações em tempo real: sistemas de alerta precoce identificam anomalias rapidamente.
  • Treinamento contínuo de equipes: prepara colaboradores para reconhecer riscos e agir de forma preventiva.
  • Auditorias regulares e independentes: garantem a eficácia dos controles internos e corrigem falhas.
  • Planos de continuidade de negócios: definem procedimentos claros para manter operações diante de interrupções.

Estabelecer uma cultura de conformidade e ética é tão importante quanto as soluções tecnológicas.

Incentivar a denúncia de irregularidades e premiar boas práticas fortalece o ambiente organizacional e dificulta fraudes.

Considerações finais

Com a digitalização crescente dos investimentos, a velocidade e o volume de transações criam novos vetores de risco que exigem abordagem sistêmica.

O risco operacional não se restringe às falhas de software; envolve pessoas, processos, tecnologia e ambiente regulatório.

Adotar práticas proativas de gestão de riscos, alinhadas às normas locais e internacionais, é chave para proteger patrimônio e reputação.

Ao manter vigilância constante, fortalecer controles internos e incentivar uma cultura de ética, investidores e instituições estarão mais preparados para enfrentar desafios e aproveitar oportunidades no mercado digital.

Maryella Faratro

Sobre o Autor: Maryella Faratro

Maryella Faratro