A governança corporativa evoluiu de uma prática de compliance para um pilar estratégico na gestão. Em um mercado cada vez mais complexo, a importância da governança corporativa sólida se reflete diretamente na percepção de valor pelos investidores. Empresas brasileiras que adotam padrões avançados de transparência e controle conquistam maior confiança de stakeholders, consolidando uma reputação de integridade e responsabilidade perante o mercado.
O valuation, ou avaliação de empresas, vai além de números contábeis. Ele incorpora a visão de longo prazo, qualidade da gestão e cultura organizacional. Ao alinhar objetivos financeiros a valores éticos e ambientais, as companhias desenvolvem uma vantagem competitiva sustentável. Nesta análise, exploramos os elos entre governança, ESG e resultados financeiros no contexto brasileiro, com exemplos e dados de referência do ranking Merco.
Empresas com governança estruturada apresentam criar e preservar valor no longo prazo, pois reduzem incertezas e atraem investimentos. Práticas de integridade, auditoria interna eficaz e conselhos atuantes asseguram que decisões sejam tomadas de forma equilibrada, mitigações de risco sejam implementadas proativamente e interesses de acionistas sejam alinhados.
Entre os principais benefícios da adoção de boas práticas de governança, destacam-se:
O Código das Melhores Práticas de Governança Corporativa do IBGC (2023) reforça cinco fundamentos básicos para organizações de qualquer porte. As diretrizes foram atualizadas para espelhar padrões globais e promover maior maturidade nas empresas nacionais.
O documento enfatiza integridade, transparência, equidade, responsabilização e sustentabilidade como pilares essenciais. Esses princípios orientam o funcionamento de assembleias, composição de conselhos e políticas de remuneração, garantindo que o propósito e a ética estejam no centro das decisões.
Empresas abertas, fechadas, familiares, cooperativas ou públicas podem adaptar as recomendações conforme seu estágio de desenvolvimento. A flexibilidade do código permite o aprimoramento contínuo, estimulando gestores a adotarem práticas progressivas e a mensurarem regularmente seu impacto.
O tripé ESG tornou-se um critério decisivo para investidores e consumidores. Políticas eficientes de governança social e ambiental elevam a percepção de valor, ampliando a competitividade. Em um cenário global, companhias bem avaliadas em ESG costumam apresentar reduzir custos de capital e manter sustentabilidade operacional, refletindo em retornos mais consistentes.
Dados indicam que fundos sustentáveis captaram bilhões de dólares nos últimos anos, redirecionando recursos para empresas alinhadas a práticas responsáveis. No Brasil, líderes como Natura, Ambev e Magazine Luiza figuram entre as favoritas, obtendo premiums de mercado, taxas de retorno superiores e maior resiliência em momentos de crise.
Empresas brasileiras vêm colhendo frutos de seus investimentos em governança e ESG. A Natura, por exemplo, ocupa o topo do ranking Merco, liderando também as dimensões Ambiental, Social e Governança. Seu histórico de inovação sustentável e transparência conquistou confiança global.
Segue o top 5 de reputação e governança no Brasil, conforme Merco 2025:
Além dessas, Magazine Luiza e Nestlé reforçam boas práticas, com iniciativas de diversidade e governança familiar. O Mercado Livre se destaca por sua governança digital, enquanto grandes bancos, como Itaú e Bradesco, consolidam programas de compliance e ética corporativa.
A relação entre governança robusta e desempenho financeiro é comprovada por estudos acadêmicos e relatórios de mercado. Empresas bem governadas costumam registrar valuations superiores, menor volatilidade de ações e custos de capital reduzidos. Esses resultados atraem stakeholders de perfil conservador e de longo prazo.
Investidores institucionais tendem a privilegiar companhias que demonstram práticas de transparência e responsabilidade em suas operações. Em cenários de crise, esses players confiam em organizações com processos claros e comitês independentes que respondem rapidamente a riscos, mantendo a governança ativa e alinhada a interesses múltiplos.
O cenário brasileiro caminha para uma governança mais madura e conectada às demandas globais. ética e propósito como fundamentos essenciais estiveram no centro das últimas atualizações do IBGC, indicando que o alinhamento de valores será cada vez mais valorizado no mercado.
Atentos aos desafios climáticos, sociais e tecnológicos, os líderes empresariais terão de cultivar uma cultura que equilibre resultados econômicos e impacto socioambiental. Espera-se que novos instrumentos regulatórios e relatórios de sustentabilidade tornem-se padronizados, reforçando tendências e desafios para a nova geração de gestores.
Assim, empresas que investirem em governança e ESG não apenas elevarão seus valuations, mas também contribuirão para um ecossistema corporativo mais ético, resiliente e sustentável no Brasil.
Referências