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Carteiras balanceadas voltam a ser tendência após bolhas

Carteiras balanceadas voltam a ser tendência após bolhas

17/06/2025 - 18:15
Maryella Faratro
Carteiras balanceadas voltam a ser tendência após bolhas

Depois de ciclos de euforia e quedas abruptas em setores como tecnologia, criptomoedas e fundos imobiliários, volta ao centro das atenções o poder das carteiras diversificadas. Investidores buscam agora a segurança de um modelo que já provou seu valor em crises anteriores.

Ao revisitar estratégias clássicas e incorporar novos ativos, é possível construir um portfólio resistente tanto a bolhas quanto a oscilações inesperadas do mercado.

Histórico do modelo balanceado

O conceito de carteira balanceada nasceu da necessidade de equilíbrio entre risco e retorno. Tradicionalmente, o modelo 60/40 – 60% em ações e 40% em títulos – guiou grandes investidores ao longo do século XX. Em épocas de crise, os títulos públicos protegem o capital; em fases de alta, as ações capturam a valorização.

No entanto, o avanço das bolsas, o surgimento dos FIIs e a popularização das criptomoedas geraram novas bolhas. Quando elas estouraram, muitos se apegaram às lições do passado e retomaram a carteira balanceada como bússola para navegar a volatilidade.

Desempenho comparativo em 2025

Em 2025, dados de instituições como a Clear Investimentos confirmam o renascimento desse modelo. Até maio, a carteira recomendada alcançou 19,99% de rentabilidade acumulada, enquanto o Ibovespa ficou em 12,01%. Esse resultado mostra um ganho de 166,44% sobre o índice.

Além disso, simulações apontam que pequenas exposições a FIIs e cripto podem elevar retornos sem sacrificar a estabilidade do portfólio, limitando perdas em cenários de crash.

Composição típica de 2025

Uma carteira balanceada moderna vai além do 60/40. Em 2025, recomenda-se uma alocação que combine renda fixa, renda variável e ativos alternativos. Confira uma sugestão:

  • Renda Fixa (35%): Tesouro IPCA+ 2035, Tesouro Selic 2029, LCIs/LCAs.
  • Renda Variável (40%): ações defensivas (energia, saneamento), FIIs de renda recorrente, ações pagadoras de dividendos.
  • Ativos Alternativos (15%): criptomoedas consolidadas, CRIs de energia renovável, fundos temáticos.
  • Alocação Global (10%): ETFs de mercados desenvolvidos e emergentes.

Essa estrutura busca aproveitar diversificação real e consistente, combinando proteção contra inflação, dividendos regulares e potencial de ganhos em setores inovadores.

Vantagens consagradas

Ao optar por uma carteira balanceada, o investidor evidencia disciplina e visão de longo prazo. Entre os principais benefícios, destacam-se:

  • Menor volatilidade geral em comparação a carteiras concentradas.
  • Recuperação mais rápida após quedas abruptas.
  • Proteção contra diversos cenários econômicos, como inflação alta ou deflação.

Essas vantagens se traduzem em maior tranquilidade e resultados mais consistentes ao longo dos ciclos de mercado.

Dicas de gestão para o investidor

Manter uma carteira balanceada exige disciplina e atenção a alguns pontos cruciais.

  • Rebalanceamento periódico é fundamental para realinhar percentuais e aproveitar oportunidades de mercado.
  • Avaliar sempre a qualidade de crédito dos títulos de renda fixa e a governança dos fundos de renda variável.
  • Considerar o impacto fiscal de cada troca, optando por operações que minimizem custos tributários.
  • Analisar a liquidez dos ativos para garantir acesso rápido ao capital quando necessário.

Essas práticas ajudam a manter o portfólio alinhado ao perfil de risco e aos objetivos de longo prazo, evitando reações impulsivas a oscilações momentâneas.

Perspectivas futuras e adaptações

Com os juros em patamares historicamente altos, muitos analistas sugerem aumentar temporariamente a alocação em renda fixa. Por outro lado, setores defensivos, como energia e saneamento, seguem atrativos para ações. No campo alternativo, a crescente regulamentação das criptomoedas e o avanço de projetos de infraestrutura verde reforçam o apelo de CRIs e fundos temáticos.

O investidor contemporâneo deve, portanto, permanecer atento a:

  • Novas oportunidades em mercados globais.
  • Inovações em fintechs e ativos digitais.
  • Políticas econômicas que afetem juros, inflação e câmbio.

Essa postura proativa, aliada ao modelo balanceado, garante a combinação ideal entre segurança e potencial de retorno.

Conclusão: o valor do equilíbrio

A retomada das carteiras balanceadas após as últimas bolhas demonstra que o mercado valoriza o proteção contra eventos extremos sem abrir mão de crescimento sustentável. Ao mesclar ativos tradicionais e alternativos, o investidor encontra a fórmula para atravessar ciclos de euforia e queda com resiliência e confiança.

Criando um hábito de rebalanceamento e diversificação, cada carteira torna-se um instrumento robusto para navegar as incertezas do futuro e conquistar resultados sólidos ao longo do tempo.

Maryella Faratro

Sobre o Autor: Maryella Faratro

Maryella Faratro