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Fintechs continuam sendo alvo de fusões e aportes

Fintechs continuam sendo alvo de fusões e aportes

21/09/2025 - 23:17
Giovanni Medeiros
Fintechs continuam sendo alvo de fusões e aportes

O mercado de fintechs no Brasil e na América Latina segue em constante transformação, impulsionado por fusões, aquisições e volumosos aportes de capital. Mesmo após o ciclo intenso de investimentos visto em 2020 e 2021, o setor mantém um ritmo acelerado de consolidação e inovação, estimulando empreendedores e investidores a repensarem estratégias e modelos de negócio.

Com mais de 1.700 empresas em operação no Brasil e uma projeção global que ultrapassa US$ 1 trilhão até 2032, o ecossistema financeiro digital se consolida como um dos principais vetores de crescimento econômico na região. Neste artigo, apresentamos dados, tendências e recomendações para quem deseja navegar com sucesso neste ambiente competitivo e inspirador.

Panorama e números do mercado

Em 2025, o Brasil lidera o cenário latino-americano com 1.706 fintechs em operação, seguido por México e Colômbia. No âmbito global, o setor de tecnologia financeira atingiu um valor estimado de US$ 340 bilhões em 2024, com uma taxa anual composta de crescimento de 16,2%, que pode levar o mercado a US$ 1,1 trilhão até 2032.

O primeiro quadrimestre de 2025 registrou 476 operações de M&A no Brasil, o segundo maior volume já registrado para o período, ficando atrás apenas de 2022. Nos últimos dez anos, as fintechs brasileiras atraíram mais de US$ 10 bilhões em aportes, demonstrando captação de recursos históricos para inovação e expansão.

Principais movimentos de 2024-2025

Os últimos doze meses trouxeram transações emblemáticas que ilustram a força e a maturidade do mercado. Entre os destaques:

  • Aporte de US$ 80 milhões na fintech Clara, liderado por Citi Ventures e General Catalyst.
  • Aquisição da fintech de infraestrutura de crédito Grafeno pela Vórtx.
  • Investimento de US$ 300 milhões da Mastercard em unidade de pagamentos cross-border da Sem Parar.

Além dessas operações, programas de aceleração como Santander X Acelera reforçam a parceria entre bancos tradicionais e startups, impulsionando o desenvolvimento de soluções em inteligência artificial e escalabilidade global.

Motivações e tendências

As fusões e aportes não ocorrem por acaso. Alguns dos principais fatores que alimentam esse movimento incluem:

  • Escalabilidade de portfólio e base de clientes, permitindo rapidez na expansão geográfica e segmentação de novos nichos.
  • Redução de riscos e ganhos de eficiência por meio de big data e inteligência artificial aplicados à prevenção de fraudes e gestão de crédito.
  • Entrada de capital e know-how internacional, com fundos globais trazendo experiência e governança avançada ao ecossistema local.

Adicionalmente, o avanço da digitalização bancária — incluindo automação, APIs, inteligência artificial e open banking — se consolida como padrão, incentivando parcerias estratégicas e novos modelos de negócios colaborativos.

Impacto dos investimentos em tecnologia

Os bancos brasileiros planejam investir cerca de R$ 47,8 bilhões em tecnologia em 2025, mantendo a mesma meta de 2024. Esse montante será destinado principalmente a projetos de digitalização, segurança cibernética, implementações de Pix e iniciativas de Open Finance.

Mais de 80% das instituições já utilizam inteligência artificial generativa, relatando ganhos médios de eficiência de até 20%. Esses avanços reforçam o papel central da tecnologia como alavanca de competitividade e diferencial de mercado.

Desafios e perspectivas futuras

Apesar do otimismo, o mercado se mostra mais seletivo após o ciclo de alta de juros em 2022–2023, demandando modelos de negócio sustentáveis e compliance rigoroso. Entre os desafios:

  • Construir estruturas robustas de governança e conformidade regulatória.
  • Demonstrar trajetória clara de rentabilidade e gestão de riscos.
  • Manter ritmo de inovação em um ambiente competitivo e em constante evolução.

O ritmo de fusões e aportes deve se manter elevado nos próximos anos, à medida que bancos, fundos e fintechs buscam sinergias para fortalecer posições, ampliar ofertas e responder às demandas de um público cada vez mais digital.

Conselhos para empreendedores e investidores

Para aproveitar as oportunidades nesse cenário vibrante, considere estratégias que priorizem sustentabilidade e inovação aberta. Invista em pesquisa de mercado, fortaleça parcerias com instituições tradicionais e adote tecnologias emergentes para aprimorar processos internos.

Além disso, mantenha o foco na experiência do cliente, utilizando dados como base para decisões estratégicas e personalização de serviços. A combinação de visão de longo prazo, compliance sólido e agilidade na adoção de novas ferramentas será o diferencial para quem deseja liderar a próxima onda de inovação.

Em suma, o ecossistema de fintechs na América Latina vive um momento de maturidade e expansão, onde colaboração entre bancos e fintechs e investimentos em tecnologia definem o rumo de um mercado promissor e repleto de possibilidades.

Giovanni Medeiros

Sobre o Autor: Giovanni Medeiros

Giovanni Medeiros